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1.
Esta semana vendi mais dois itens no OLX num total de 45 €.
Ainda assim, menos 4 € do que havia previsto inicialmente, por erros no cálculo nos custos de envio.
2.
Vendi uma assadeira da Vista Alegre, que tinha há mais de 20 anos. Imaginem o meu choque (e vergonha) quando percebo que ainda tinha a etiqueta.
Foi uma peça que mantive durante uns 3 anos à venda, recusando baixar o preço.
Há itens em que faço isso: ou vendo ao preço a que quero, ou fico com o item.
Inúmeras vezes propuseram-me a compra por metade do preço. Recusei sempre e esperei pacientemente por um/a vendedor/a que valorizasse o item como eu valorizava.
A paciência recompensa.
3.
Com o produto da venda, paguei uma cama usada (nova para mim) de ferro + estrado, com entrega incluída.
Tinha de mudar de colchão e aproveitei para mudar a cama porque já estava com bicho da madeira. Com uma cama de ferro, elimino mais um problema.
4.
Eu tenho sido muito cuidadosa, privilegiando a compra de produtos portugueses, frequentemente sacrificando a minha poupança.
Fi-lo sempre com a consciência dos custos sociais de produtos de alguns países. Julgava eu que, desde forma, me protegia de comprar produtos em que foi utilizada escravatura moderna.
Parece que estava enganada.
Por isso questiono-me se vale a pena pagar mais para apoiar produtores portugueses, se eles são tão criminosos como os outros.
5.
Um belíssimo achado na mercearia.
As minhas estratégicas, são precisamente isso: minhas. São práticas que afinei aprendendo com os meus erros, fosse como compradora, fosse como vendedora.
1- A coisa a vender
Não substimem aquilo que podem vender ou trocar. Quando li que, nos EUA, havia quem se dedicasse a vender caixas vazias de equipamento, coloquei as minhas (de equipamento que não pretendo vender) e agora tenho interessados em comprar.
Nunca me tinha ocorrido vender tinteiros originais vazios, mas a J. deu a dica no DESTRALHAR e já vendi dois. Podem dizer que não justifica o trabalho (foram só €1.00), mas para mim, a reutilização é sempre útil e vale sempre o meu esforço.
A roupa também se vende, nem que seja a preços baixos para despachar.
Há quem venda as sobras do quintal (eu já comprei legumes de época em quantidade, assim).
2 - Vender à unidade ou em lote?
A minha experiência diz-me que, embora fosse preferível vender em lote, é mais fácil vender em unidade. Mas se têm um conjunto, podem fotografar como lote, mas vender à unidade - colocando o preço por unidade e dizendo na descrição que o preço é unitário.
Por exemplo, em roupa de criança, julgo que a venda em lote, por tamanhos e estação é uma boa opção. Neste caso, ter boas fotografias é uma enorme vantagem.
3- Honestidade e precisão na descrição
Ao comprar itens a estranhos, podemos sempre de correr o risco de encontrar pessoas desonestas. Ao serem honestas/os na descrição e nas fotos irão destacar-se junto de um/a potencial comprador/a e isso poderá fazer com que se decidam por vos comprar ou comprar usados.
Tem resultado comigo: todos os defeitos são fotografados e descritos.
Se o que está a ser vendido tem peças, digam claramente se está completo ou não.
Se a coisa tem medidas, peso ou outras características especiais, não se esqueçam de as descrever. Quantos mais pormenores tiverem, maiores são as possibilidades de encontrarem um comprador que não quer comprar às cegas e evitam trabalho desnecessário de responder a pessoas que tenham essas perguntas tão básicas como legítimas.
Se puderem, expliquem porque estão a vender e pode ser algo tão simples como: pouco uso, para desocupar, por mudanças, deixou de servir, foi-me oferecido um produto semelhante, compra de equipamento com mais funcionalidades.
Mas não sejam tontinhas/os: quando alguém coloca na descrição que só foi usado uma vez, é caso para perguntar porquê? É assim tão mau?
4- Fotografias
- verdadeiras
Se usam imagens de catálogo, copiadas da internet, em vez das fotos do produto real, o mais provável é que pensem que o produto está demasiado danificado para o retrato.
- focadas e bem iluminadas
É extraordinário o número de fotos que estão desfocadas e tiradas de noite sem flash. Se só têm um telemóvel com pouca resolução, façam o esforço de fotografar durante o dia.
- honestas
Se o vosso produto tem algum problema - estético ou outro - fotografem bem essa parte, para que a pessoa sinta que está a comprar a uma pessoa honesta.
- precisão
Se têm itens de montagem, fotografem o produto montado para que quem compre, saiba que tem todas as peças. Por exemplo, eu faço isso com puzzles.
5- Caixas, manuais e acessórios
Se tiverem as caixas originais, os manuais, acessórios e até facturas (mesmo que já tenha passado a garantia) incluam-nos nas fotos ou mencionem esse facto na descrição.
Para mim, ter esses elementos, evidencia um cuidado que provavelmente também existiu no manuseamento do que está a ser vendido. Mais, eu associo isso a propriedade e não, por exemplo, furto. Eu jamais compraria um telemóvel que não tem, por exemplo, um carregador.
Mais, as pessoas associam caixas e manuais a "novo". Porque acham que há quem compre caixas vazias? Porque isso aumenta o valor do produto usado.
6 - Preço
A forma como se estabelece o preço de um item usado, varia tanto como o item que estamos a tentar vender.
Algumas estratégias:
- ver outros itens semelhantes à venda, especialmente na mesma zona e aproximar o preço;
- muitas pessoas (como eu), faz a pesquisa do produto e utiliza o filtro que os ordena por preço mais barato, por isso, €1.00 pode fazer muita diferença, pois determina em que local da página o vosso item vai aparecer;
- para muitas coisas, eu utilizo a regra de metade do valor que custa novo;
- eu não costumo colocar negociável - primeiro porque é a mesma coisa que dizer que se vai baixar o preço, depois porque implica que coloquemos um preço maior e isso influencia a posição do item na página, em função do preço mais barato (que é o que eu valorizo mais);
- se a proposta for "ofensiva", sejam educados, agradeçam e recusem - nunca se sabe se estava a atirar o barro à parede e acaba por comprar na mesma.
Se os portes são grátis ou a cargo de quem compra, devem indicar na descrição. Se já sabem os custos de envio, o melhor é dizer logo.
7 - Pagamento
Eu não envio à cobrança porque é muito custoso e se a pessoa não levantar a encomenda, ficam com o prejuízo. Só aceito pagamentos por transferência bancária (assumo os riscos) ou paypal.
As transferências bancárias de valores pequenos, podem ser feitas no multibanco a custo zero. Uma boa dica para dar à/ao vossa/o potencial comprador/a.
Envios, só depois do pagamento confirmado na vossa conta bancária - nunca aceitem como pagamento o envio do comprovativo pela/o comprador/a.
8 - Entrega
Indiquem na descrição se estão ou não disponíveis para entrega em mãos e em que zonas. Depois, só façam entregas em mãos em locais públicos e seguros.
Ponderem as vantagens e desvantagens de aceitar as entregas em mãos. Para mim, tem resultado especialmente bem para itens caros e volumosos - ninguém quer pagar tanto pelo produto como pelos portes.
Conseguir vender localmente, é uma enorme vantagem.
O envio pelos correios tem custos. É importante que os conheçam antes de se comprometerem ao envio. Por exemplo, nas minhas descrições eu costumo indicar que, se a/o comprador/a deseja envio por correio normal, terá de assumir os riscos de extravio. Caso contrário, terá de pagar o registo - geralmente €1.50/€1.80.
Já me aconteceu, a pessoa optar pelo envio simples e eu, para minha paz de espírito, pagar os custos do registo. A probabilidade de o fazer, aumenta em função do maior valor do que estou a vender.
Sejam honestas/os. Não há nada que me irrite mais do que me serem pedidos X a títulos de portes e depois descobrir que a pessoa optou por outro envio mais económico, que é uma fracção do que paguei. Não vendam a vossa alma ao diabo por tão pouco.
Certamente que me esqueci de algo.
Já estava em dúvida para com diversas pessoas que me pediram este post. Espero ter ajudado.
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