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O mês de Outubro foi particularmente difícil para mim. As imagens de famílias a tentarem abrigar-se da chuva, sem sequer terem um chão seco onde se sentarem deixam-me arrasada. Juntem a isso as minhas fortes convicções sobre a responsabilidade social e a impossibilidade de fazer voluntariado social (algo que foi o meu escape para este sentimento de impotência que arrasa tudo) e têm aí a tempestade perfeita. 

Capturar.JPG

Por isso, tenho reflectido bastante sobre como aumentar a minha contribuição sem colocar em perigo a minha paz de espírito respeitante à minha segurança financeira.

 

Ser solidária/o também é uma forma de activismo. No que respeita ao desperdício da minha ajuda, sempre fui realista e vivi de acordo com duas máximas:

I) se não podes alimentar 100 pessoas, alimenta 1 

II) se das 10 pessoas que tentaste ajudar, só 1 realmente beneficiou, fico feliz por ter conseguido AJUDAR

 

1 - Comprar a revista Cais

Compro sempre a revista Cais. O preço de capa são 2€ e a receita das vendas reverte para os vendedores (70%). É com esse dinheiro que se alimentam, vestem e pagam o seu alojamento. A revista é excelente

Mais, tenho tentado vencer o meu desconforto/embaraço, ao conversar minimamente com a/o vendedor/a. Agradeço sempre pela venda.

 

2 - Esmolas

Não dou esmolas a todas/os que me pedem, mas dou. O que determina dar ou não dar, não vos sei dizer. Gostava de ter uma teoria social bem arrumadinha para justificar uma ou outra coisa, mas também sei que para cada teoria de intervenção social há sempre argumentos no sentido contrário.

Mas quando dou o meu contributo, olho sempre para a pessoa e desejo um boa dia. Não fazia isso (por embaraço), mas mudei a minha atitude, inspirada pela Catarina d´Oliveira.

Sobre este tópico, deixo-vos com um excerto de um dos meus livros preferidos - O Quinze, Rachel Queiroz - que é sempre uma fonte de inspiração:

3 - Doação de alimentos a IPSS

Por falta de espaço, é precisamente agora que começo a fazer uso dos meus conhecimentos para comprar mais por menos. Muitas IPSS concentram agora os seus esforços de angariação de alimentos e eu aproveito o trabalho delas.  

Uma das coisas que tento sempre fazer nestas compras é incluir produtos nacionais e até solidários, como são os produtos da AMI.

 

4 - Doação de outros bens a IPSS

Tanto faço doações para serem entregues directamente aos/às beneficiários/as das instituições como para serem vendidas para angariar dinheiro ou alimentos. Podem ser brinquedos, vestuário ou até artigos de casa e decoração. Tenho sempre muito cuidado para me certificar que o que quero doar se ajusta às necessidades da instituição.

Podem ser coisas novas ou usadas. 

Já pensaram que aquela instituição de crianças, poderia beneficiar muito mais com umas caixas de detergente ou de cereais, do que mais um brinquedo? Especialmente no Natal, há imensas doações de brinquedos pelo que as crianças não ficarão sem um presente. [exemplo real de uma instituição com que colaboro] 

Eu já tenho instituições que conheço bem, mas de vez em quando vou consultar as necessidades de bens na página Dar e Receber.

 

5 - Doação de itens para vender em feiras sociais

Como não consigo fazer voluntariado fora de casa, faço dentro de portas, criando alguns produtos para serem vendidos em feiras sociais. 

DSC_0167.JPG 

6 - KIVA

Sou banqueira em empréstimos de micro crédito há mais de 6 anos e ainda não me arrependi. Recentemente reduzi os meus empréstimos (porque precisava do dinheiro) mas pretendo retomar os empréstimos regulares. 

 

7 - Crowdfunding

Acredito no valor do financiamento colaborativo por isso já contribuí para algumas campanhas. Não tantas como gostaria, mas nem sempre aparecem projectos (sociais ou não) com que me identifique. Por exemplo, o último projecto a que me associei (€3) foi à compra de um quadro para o Museu Nacional de Arte Antiga

 

8 - Doações em dinheiro

Recentemente, tenho concentrado todos os meus esforços em apoiar a Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados na Grécia. Fazer um donativo não é fácil por causa da barreira linguística, mas o Google Tradutor dá uma ajuda.

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10 comentários

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De Mon Mendes a 02.11.2015 às 19:26

Obrigada! Por isto e tudo o resto.
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De Descontos a 02.11.2015 às 19:34

Obrigada, eu!
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De Anónimo a 02.11.2015 às 20:54

Estou interessada no KIVA mas não percebi ainda uma coisa. Esse dinheiro é-nos dado de volta, ou seja é um empréstimo a "x" tempo ou é mesmo um donativo? Pode-me explicar, por favor. Maria
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De Descontos a 02.11.2015 às 21:03

Veja este texto pf.
http://diariodasminhasfinancaspessoais.blogs.sapo.pt/21039.html
Se necessitar de esclarecimentos adicionais, estou ao dispor.
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De Descontos a 02.11.2015 às 21:05

Funciona mesmo como um banco. Emprestamos e o dinheiro é-nos devolvido. Claro que pode acontecer o mesmo que acontece num banco: a pessoa não pagar. Mas se só emprestar-mos os 25 dólares a cada pessoa, o risco é mínimo.
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De Sofia a 02.11.2015 às 22:57

Obrigada por tudo isto!
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De Catarina d´Oliveira a 02.11.2015 às 23:11

Obrigada pela menção, mas sobretudo obrigada pelo post - isto é lindo! Vou partilhar :D
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De Descontos a 03.11.2015 às 07:31

Eu é que agradeço a inspiração.
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De Catarina a 05.11.2015 às 12:03

Obrigada pelas sugestões, Descontos! Graças a si, também aderi em tempos à KIVA.

Uma das coisas que faço é com os pontos Danone: depois de seleccionar os meus cupões, no início do mês, doo os restantes para os Sorrisos Solidários, na página deles. Deste modo, por cada 2 pontos, e eles dão 1 produto para a Federação de Bancos Alimentares contra a Fome. Não custa nada!
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De Descontos a 05.11.2015 às 13:48

Excelente ideia. Também costumo doar pontos solidários.
Ou então troco pontos por coisas vendáveis nas lojas sociais. ;)
Não custa nada!

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