Obrigado Cristina por "mostrar" um pouco mais de si, é isso que gosto neste blog, tão depressa fala de promoções de hipers, como fala das suas experiências mais quotidianas...
Eu diria que é quase impossível ficar indiferente a tanta beleza junta por m2.
Eu fui "educado" desde bem pequenino a ir nas férias lá, os meus avós tinham umas vinhas, e eu ainda devo ter aqui perdido nalgum álbum uma fotografia, onde eu na inocência dos meus 3 ou 4 anos, estava a "roubar" bagos de uvas debaixo de uma videira (eram docinhas :-) ).
Cresci a adorar aquelas paisagens, aquelas gentes, é de uma paz de espírito incrível, fintava o 3 meses de inferno do douro dando uns mergulhos na minha juventude, aprendi a nadar no Tua (água mais calminha).
Viajei no comboio do Douro, do Tua (este infelizmente votado ao abandono por uma barragem inútil - recomendo ver o documentário de Jorge Pelicano "Pare, Escute, Olhe" sobre o Tua ou o documentário de António Barreto "As Horas do Douro").
Quanto à escolha do miradouro de São Leonardo da Galafura, é realmente de uma vista fantástica, já andei "perdido" por aí a fazer Geocaching e Orientação, e é engraçado ver a Cristina falar com um "brilhozinho nos olhos" do Pinhão, isso é que foi amor à primeira vista!
Eu também não há um ano que não me perca por aquelas paragens, eu costumo ir no verão em Agosto, além de encontrar mais malta conhecida (regressam da emigração) existe uma parafernália de festas e romarias, cada freguesia ou lugar tem a sua, dá sempre para um pezinho de dança.
E o cais do Pinhão é fantástico, foi uma bela obra, pois eu ainda me recordo daquela zona sem o cais e sem o Vintage House Hotel, que aí sim, ter-se-á uma vista arrebatadora sobre o Rio Douro e os socalcos.
A diferença na viagem é que eu costumo ir pela margem sul do Rio, e a Cristina deve ter ido pela margem norte, mas acredite que ainda existe muito para explorar...
Um dos exemplos é o cais da Sra da Ribeira (onde o ex-PM Inglês John Major tem uma casa) que é de uma beleza rara (lembro-me bem de uma figueira pingo de mel junto ao Rio, onde se pode deliciar no verão com dos melhores figos do mundo a 100%) e onde tive a honra de navegar num barco de pescadores, e é impressionante como ficamos tão "pequenos" quando rodeados por aqueles imponentes vales.
Numa próxima, ouse percorrer o Rio mais para montante e entre no Douro mais "selvagem", no Parque Natural do Douro Internacional, e se quiser explorar um pouco mais, faça a rota da Terra Fria (
https://goo.gl/2JYiSi).
O que não falta é locais para um passeio neste paraíso à beira-mar plantado", quanto mais não vale isto a mil Seychelles ou Cancun!
Ir para fora cá dentro, é mesmo o melhor remédio!
PS: Por acaso nunca fui à fundação do Eça (my bad), ainda para cima a minha mãe devorou os livros todos dele (eu menos), mas realmente deve ser fantástico reviver quase que como um filme, dar cada passo a lembrar-mo-nos das passagens do livro "A Cidade e as Serras", e quem melhor do que o próprio Eça para descrever esse cenário idílico:
"Os vales fofos de verdura, os bosques quase sacros, os pomares cheirosos em flor, a frescura das águas cantantes, as ermidinhas branqueando nos altos, as rochas musgosas, o ar de uma doçura de paraíso, toda a majestade e toda a lindeza. Deixando resvalar o olhar observe os vales poderosamente cavados (…) os bandos de arvoredos, tão copados e redondos de um verde tão moço e sinta, por todo o lado, o esvoaçar leve dos pássaros."
PS1: Desculpe o testamento, mas a conversa é como o título do seu post... Cerejas... Bem Haja Cristina pelo seu bom gosto!